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Em 24 de setembro de 2019, a equipa da Iniciativa de Cidadania Europeia chefiou a Liubliana um seminário sobre a Iniciativa de Cidadania Europeia e a democracia participativa na Europa e na Eslovénia. O evento envolveu representantes de ONG e cidadãos desejosos de desempenhar um papel mais importante na elaboração das políticas da UE e de descobrir sugestões e sugestões para coordenar uma iniciativa bem-sucedida.
Democracia impulsionada pelos cidadãos na Europa e na Eslovénia
O evento teve início com um debate, moderado por Tomaque Deželan, professor associado de Ciência Política na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Liubliana, que reuniu peritos europeus e nacionais em democracia participativa — Simon Delakorda, diretor executivo do Instituto para a Participação Eletrónica em Liubliana, Branko Gerlič, organizador do Rendimento Básico Incondicional (iniciativa), e Charlotte Rive, responsável pela política da Iniciativa de Cidadania Europeia na Comissão Europeia.
Charlotte Rive começou com uma apresentação da Iniciativa de Cidadania Europeia e do seu novo regulamento. A partir de janeiro de 2020, o procedimento será simplificado e o instrumento será mais acessível aos cidadãos e aos organizadores.
Em seguida, o debate centrou-se nas semelhanças e diferenças entre a iniciativa de cidadania europeia e a iniciativa de cidadania eslovena; desafios, soluções e boas práticas em matéria de democracia participativa na Europa e na Eslovénia; e exemplos concretos de iniciativas de cidadania anteriores.
Em especial, Branko Gerlič partilhou a sua valiosa experiência sobre a iniciativa relativa ao rendimento básico incondicional, lançada em 2013, que visava incentivar a cooperação entre os países da UE, a fim de explorar o rendimento básico incondicional como instrumento para melhorar os seus sistemas de segurança social.
Seguiu-se uma sessão informal de reflexão, durante a qual os participantes debateram ativamente os desafios e apresentaram ideias sobre a forma de coordenar uma iniciativa de cidadania bem sucedida.
Escolher o tema adequado é fundamental para alcançar milhões de assinaturas
O principal desafio identificado para organizar uma iniciativa de cidadania a nível da UE é o objetivo de recolher milhões de assinaturas. Por conseguinte, os países mais pequenos com menos população, como a Eslovénia, devem contar com o apoio dos países de maior dimensão para cumprir este requisito difícil. É precisamente por esta razão que, explicou Branko Gerlič, a iniciativa relativa ao rendimento de base incondicional não conseguiu reunir as declarações de apoio necessárias. A iniciativa não foi bem sucedida em países de maior dimensão, como a Alemanha e a França. Em proporção à sua população, os países mais bem sucedidos foram a Bulgária e a Eslovénia.
Isto mostra que se trata também de escolher o tema adequado, que deve ser relevante para todos os países a que a iniciativa se destina e tão tangível e fundamentalmente pertinente quanto possível. Um bom exemplo é a iniciativa «Right2Water». A água é essencial para a vida e todos os cidadãos a veem não como uma mercadoria, mas como um direito inalienável, o que a tornou um êxito em termos de apoio.
Criar um movimento de base e envolver os jovens
Os participantes salientaram que um movimento de base em grande escala entre os países envolvidos é outro fator fundamental para angariar os fundos necessários e alargar a parceria. Salientaram que a sociedade civil tem de ser envolvida, através de uma série de atividades, como eventos, redes móveis rápidas, iniciativas de financiamento colaborativo, ações nas redes sociais, etc. A este respeito, salientaram igualmente que o setor das ONG eslovenas é muito ativo a nível local e, por conseguinte, é mais eficaz começar a funcionar como um movimento de base e encontrar apoio numa comunidade local antes de entrar ao nível nacional e da UE.
Os oradores chamaram igualmente a atenção para o contributo da juventude para a elaboração de políticas. O caso emblemático da jovem ativista Greta Thunberg mostra claramente que, embora muitos jovens com menos de 18 anos estejam dispostos a fazer ouvir a sua voz, só podem utilizar «métodos informais» de participação, como manifestações devido a obstáculos jurídicos a um papel formal e à participação na vida política. Por conseguinte, continuam a ser marginalizados de instrumentos formais como o voto ou a iniciativa de cidadania europeia. O novo regulamento relativo à iniciativa de cidadania europeia, a Comissão Europeia abriu a possibilidade de cada país da UE reduzir a idade dos cidadãos autorizados a apoiar iniciativas para 16 anos.
Parceiros genuinamente empenhados e experientes fazem a diferença
A angariação de fundos e a criação de parcerias internacionais são dois aspetos fundamentais que os participantes debateram. Salientaram que uma rede internacional de parceiros é crucial não só para promover a iniciativa, mas também para apoiar a angariação de fundos.
Um desafio a este respeito é o facto de a maioria dos organizadores se comprometer a participar nessas campanhas para além dos seus empregos regulares ou ao longo de outros projetos, o que deve ser tido em conta na constituição da equipa principal e no planeamento do orçamento necessário.
Os organizadores devem procurar parceiros genuinamente envolvidos no tema e desejosos de envidar todos os seus esforços para o promover. Os parceiros devem também ter experiência em campanhas promocionais, uma vez que tal é por vezes subestimado, ao mesmo tempo que pode fazer ou quebrar uma iniciativa.
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