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26 de novembro de 2018, 13h30-17h30 — Workshop @ Representação da Comissão Europeia em Lisboa, Portugal
A Iniciativa de Cidadania Europeia visitou Portugal no âmbito da iniciativa de cidadania europeia de três anos, lançada no início deste ano na Bulgária. Desde então, o «Road show» já visitou a Lituânia, a Polónia, a República Checa e a França e acolherá o último evento do ano na Áustria.
A equipa da Iniciativa de Cidadania Europeia foi bem acolhida na Representação da Comissão Europeia em Lisboa, durante um seminário de meia semana de partilha de conhecimentos sobre a iniciativa de cidadania europeia e sobre a forma de concretizar a democracia pan-europeia. O seminário constituiu uma oportunidade para os intervenientes civis da sociedade portuguesa se reunirem e debaterem ideias e partilharem experiências sobre a democracia participativa e a Iniciativa de Cidadania Europeia.
O seminário foi dividido em três partes: um questionário sobre a Iniciativa de Cidadania Europeia, que permitiu aos participantes testar os seus conhecimentos sobre a ferramenta e obter mais informações sobre a mesma graças à apresentação de Charlotte Rive, responsável pela gestão de políticas da equipa da Iniciativa de Cidadania Europeia na Comissão Europeia, realizou-se um painel de debate, durante o qual os participantes colocaram muitas perguntas aos peritos e, por último, três sessões de trabalho.
Criar uma vaga de empenho através da Iniciativa de Cidadania Europeia
O seminário reuniu um painel de 3 peritos no domínio da democracia participativa e da participação dos cidadãos. Partilharam as suas experiências de trabalho nestes domínios, bem como os desafios que enfrentam atualmente. O seminário foi entusiasticamente moderado por Regina Quelhas, diretora do Centro Europeu de Informação Jacques Delors (Eurocid), que ajudou a enquadrar o debate com vista a oferecer aos participantes um seminário com denso de informação.
Charlotte Rive iniciou o seminário, perguntando ao público uma série de perguntas sobre a Iniciativa de Cidadania Europeia. O público respondeu através de Slido e esteve muito envolvido na sessão de perguntas e respostas que teve lugar após o questionário. Charlotte Rive fala sobre as melhorias que a UE propõe para a iniciativa de cidadania europeia, a fim de a tornar mais convivial e incentivar o registo de mais iniciativas.
Na sequência do questionário, Regina Quelhas deu as boas-vindas aos outros membros do painel para dar início ao debate sobre a forma de concretizar a democracia pan-europeia.
O primeiro painel a lançar o debate foi Joana Dias, chefe da Academia Cidada. Joana Dias comparou a iniciativa de cidadania europeia a uma vaga, que dá um apoio positivo a Bruxelas. Mencionou a sua experiência com o instrumento e explicou que a sua organização já tinha sido parceira das iniciativas «Right2Water» e da TTIP.
Joana Dias mostra de que forma as organizações locais podem ajudar a difundir a mensagem a nível local e nacional e dar às iniciativas um impulso no seu caminho para o sucesso. Salientou a importância de determinados instrumentos, como o poder das redes sociais e da tecnologia em geral. Atualmente, não há melhor forma de difundir uma mensagem em tão grande escala. Joana Dias prosseguiu o seu discurso afirmando que, embora as iniciativas nem sempre atinjam os seus objetivos, continuam a chamar a atenção para uma questão que os cidadãos europeus se preocupam. Acabou por dizer «Se tiveres uma ideia, pedir ajuda e torná-la realidade». Os cidadãos não devem depender dos outros para alcançar os seus objetivos.
Abalar a ideia de que participar em algo não faz a diferença
Paula Mendes, presidente da Associação Mais Cidadania e segundo membro do painel, centraram o seu discurso na juventude em Portugal. Explicou que, hoje em dia, 57 % dos jovens portugueses não têm interesse na política e não querem participar na democracia porque não acreditam que podem fazer uma mudança.
Paula Mendes salientou a importância de uma melhor comunicação e de ter em conta os pensamentos e as ideias dos jovens em Portugal e em toda a Europa.
Defendeu a iniciativa de cidadania europeia, afirmando que se trata de um instrumento que cria um diálogo sobre temas importantes para as sociedades e que pode ter um impacto positivo e bem sucedido nos cidadãos. Não devem afastar-se dela por receio de fracasso. O resultado aqui não é o mais importante, o que conta é o lançamento de uma ideia.
Trabalhar em conjunto para ser mais inclusivo
Isabel Rebelo, Membro de Animar, seias Cooperativas de Setúbal e último panelist elogiou a ideia da Iniciativa de Cidadania Europeia, salientou que se tratava de um instrumento poderoso para aproximar os cidadãos e ajudá-los a não se sentirem sozinhos e impotentes.
No entanto, explicou também que, nas nossas sociedades de hoje, é difícil criar um compromisso quando nem muitos cidadãos estão cientes dos instrumentos disponibilizados ou que simplesmente não estão interessados na sua responsabilidade social.
Não obstante o que precede, Isabel Rebelo forneceu indicadores sobre a forma de agir, nomeadamente para visar intervenientes que têm uma influência real, na maioria dos casos a nível local, e que ajudarão a difundir uma mensagem poderosa. Indicou que a Iniciativa de Cidadania Europeia pode suscitar o interesse por novas pessoas, não necessariamente empenhadas até à data e criar uma nova dimensão de envolvimento social.
Partilhar ideias e experiências em conjunto
Na sequência do debate no painel, os participantes participaram em sessões desagregadas. Dividem-se em três grupos para debater e partilhar ideias sobre diferentes temas, incluindo a angariação de fundos, a promoção de uma iniciativa e a procura de parceiros.
Como angariar fundos para a sua campanha? (Moderador: Isabel Rebelo)
O grupo encontrou soluções inovadoras para angariar fundos para uma campanha. Uma ideia era utilizar a tecnologia como forma de coordenar melhor as pessoas e, mais especificamente, os investidores. A organização de reuniões e ferramentas em linha pode ajudar a estabelecer contactos com as pessoas mais facilmente e a convencê-las a investir na campanha. Tornar as coisas mais fáceis para os outros é um elemento fundamental de qualquer campanha bem-sucedida.
O grupo mencionou igualmente a procura de financiamento privado e público. Trata-se de uma melhor abordagem dirigida a um vasto público de potenciais investidores, a fim de aumentar as oportunidades de financiamento. Debateram igualmente a possibilidade de organizar a filantropia empresarial.
Os participantes sugeriram então que os organizadores investissem na informação. Com efeito, se a mensagem for clara para os outros, é mais provável que estes sejam atraídos e convencidos. Além disso, o grupo recomendou que se atribuísse à iniciativa um fator de «wow» para chamar verdadeiramente a atenção e atrair investidores.
Por último, o grupo sublinhou a importância de dispor de uma estratégia que impulsione a mobilização de fundos na campanha. É essencial compreender o rumo da iniciativa e os objetivos que pretende alcançar.
Como procurar parceiros para apoiar a sua iniciativa e campanha? (Moderador: Joana Dias)
O grupo começou por estabelecer a ideia de que é, em primeiro lugar, importante reunir o apoio local dos parceiros antes de o levar a nível da UE. Foi sugerida a organização de uma consulta pública local para determinar se existe um interesse antes de avançar.
A próxima etapa sugerida foi a identificação de um influenciador/multiplicador para todos os 7 países-alvo. Em seguida, o moderador mencionou o facto de os parceiros das redes de organizadores poderem multiplicar a mensagem da iniciativa, tais parceiros podem ser instituições de beneficência, voluntários, profissionais, cidadãos ativos, etc.
O grupo apresentou duas ideias para atrair parceiros:
- Falar da responsabilidade social, em que a chave é fazer com que as pessoas compreendam que têm um papel a desempenhar na mudança de sociedade e que é a sua responsabilidade de agir quando acreditam num tema;
- Identificação de um incentivo; dando aos parceiros uma razão pela qual devem apoiar uma iniciativa, o que é para eles pode ser uma forma de os convencer a participar e ajudar a difundir a mensagem.
Como promover a sua iniciativa de cidadania? (Moderador: Paula Mendes)
Os participantes começaram por indicar que, para lançar uma iniciativa bem-sucedida, era muito importante escolher um tema relevante, o que pode suscitar um interesse não só a nível local, mas também a nível da UE. Encontrar o tema certo atrairá a atenção de mais cidadãos e ajudará a promovê-lo através das fronteiras europeias.
Prosseguiram o debate, salientando que o levantamento dos multiplicadores pertinentes ajudaria a promover a iniciativa. Não é viável confiar apenas nas redes dos organizadores para promover a iniciativa; é necessário encontrar multiplicadores para aumentar o alcance.
Para além do levantamento dos multiplicadores pertinentes, o grupo sugeriu a utilização das redes sociais como instrumento para promover uma iniciativa. Isto segue a ideia de aumentar o potencial alcance através de diferentes canais.
Outro elemento fundamental debatido entre os participantes do grupo foi a importância da sensibilização; tal contribuirá para a promoção da iniciativa. No entanto, chamaram a atenção para a necessidade de falar também com pessoas que não participam na iniciativa. Pode ajudar a promover o alargamento da mensagem e a apresentar os argumentos corretos às pessoas que são opositoras à ideia, a fim de as convencer do bem que a iniciativa pode trazer.
O último ponto desenvolvido pelo grupo para ajudar a promover uma iniciativa é identificar influenciadores e porta-vozes a que cada categoria da população se pode identificar. Com efeito, o grupo explicou que os adolescentes não respondem às mesmas pessoas que os profissionais ou os reformados. Por conseguinte, é uma ideia encontrar vários influenciadores que falarão com todas as audiências.
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